A inapetência, nessa faixa etária, é a queixa mais comum entre as mães. A falta de apetite verdadeira é caracterizada por ingestão alimentar insuficiente para as necessidades nutricionais, baixo peso em relação à estatura, diminuição do ritmo de crescimento, e independe da presença da mãe ou local das refeições.
Dois tipos de inapetência: a comportamental e a orgânica.
A comportamental tem origem na dinâmica familiar, e sua base é psicogênica. A criança deixa de comer para chamar atenção, e observa que essa tática funciona. Cria-se um circulo vicioso difícil de ser rompido, pois a mãe teme que seu filho não coma mais, e permite que ele consuma alimentos de fácil aceitação pela criança, sem nenhuma restrição de horário. Assim, a criança “alimentada” com esses produtos vai recusando sequencialmente as refeições. Não é possível que uma criança que não come nada, nada, nada possa estar em pé, brincando, correndo, e sem sinais de inanição grave. Observa-se que a mãe é incapaz de colocar os limites e a disciplina necessários para conseguir o rompimento do circulo vicioso, e ela acaba cedendo antes da criança.
A orgânica pode estar mais comumente associado à deficiência de micronutrientes, especialmente o ferro. A criança tem uma alimentação homogênea, pobre em qualidade, associada à apatia e desinteresse pela alimentação de um modo geral, e independe da presença de mãe. Uma alternativa prática e objetiva é orientar a mãe a oferecer a criança 50g de fígado bem cozido uma vez por semana. A presença de carne, em pequenas quantidades, é necessária em todas as refeições salgadas para aumentar a biodisponibilidade de ferro dos outros alimentos presentes. Quando a carne não estiver presente, orientar a ingestão de 50 a 80 ml de suco rico em vitamina C após a refeição.
PRINCIPAIS CAUSAS DA INAPETÊNCIA DO PRÉ-ESCOLAR
Inclusão de alimentos complementares. A utilização preferencial de alguns alimentos como batata e legumes, sopas liquidificadas, dificultando o estímulo do paladar.
Maior interesse pelo ambiente, diminuindo o interesse pela alimentação.
Ansiedade dos pais, que têm maior expectativa quanto à quantidade de alimentos que seu s filhos podem ingerir.
Criar estratégias para fazer comer como: televisão, aviãozinho ou outras brincadeiras que distraiam a criança para que ela coma sem perceber.
Substituições da alimentação sólida por outras de aceitação mais fácil, como as bebidas adocicadas.
Chantagens as primeiras recusas.
Horários rígidos de alimentação. A criança não precisa almoçar às 11 horas se ela não estiver apetite, ou se consumiu algum alimento a um curto intervalo de tempo. Os intervalos é que devem ser respeitados.
Nutricionista Crislei Ticiana Duarte CRN2-6448